terça-feira, 15 de setembro de 2009

O AGOSTO DOS MEUS SINAIS

1. Para mim, Agosto é talvez dos meses mais simbólicos. Logo no seu segundo dia, vêm-me à lembrança duas pessoas que me foram muito queridas: o meu colega de Faculdade, José António de Sousa Matos, o Zeca Matos, e um jovem, ainda quase criança, o Kuriva Jorge. Eles morreram nesse dia, num estúpido acidente de viação ocorrido no Brasil.

2. O Zeca Matos era brilhante, era cerebral. Na Faculdade de Economia dos nossos tempos, o Zeca era praticamente imbatível, quer em Matemática, quer em outras áreas que se socorressem do cálculo numérico. Rapaz simples, dedicado aos amigos. Guardo do Zeca Matos memórias inesquecíveis, como aquela em que ele me disse que chegaria o dia em que, para determinados níveis de responsabilidade, seriam nomeados indivíduos de tal forma incompetentes que escolheríamos entre “um mau” e “um pior ainda”… Não teríamos outra escolha, face ao nível de exigência de quem decidia. O Zeca pensava assim. E teve razão, já lá vão mais de 20 anos…

3. O Kuriva Jorge, filho do Felito e da Dadi, morreu juntamente com o Zeca. O Felito, o Félix Matias Neto, é meu companheiro de velha data, das cumplicidades da luta anti-colonial. A Dadi é uma amiga por quem nutro estima. Os dois puseram no mundo o Kuriva Jorge, um miúdo alegre e com grande sentido de humor. No sítio em que estivesse, o Kuriva tomava conta do espaço. Nós, os mais velhos, ouvíamo-lo com prazer, como se fôssemos contemporâneos. Sem preconceito de idade, o Kuriva Jorge tratava-me por “Primo Justo”. Parecia um adulto precoce... Quis o destino que ele partisse com o Zeca, naquele fatídico dia 2 de Agosto de 1985. Quando vou ao cemitério do Alto das Cruzes, não deixo de os visitar, na sua última morada.

4. O dia 11 de Agosto é também muito especial para mim. Foi a 11 de Agosto que nasceu o meu filho Nelito. O Nelito é muito chegado a mim, e revejo-me nalguns pormenores da sua personalidade. Nesse meu filho, aprecio, sobretudo, a vontade de vencer, a sua viva inteligência, a elegância no trato. Também gosto da sua ligeira vaidade, encoberta por detrás de uma elegante modéstia. Ele sabe estar. Ele sabe ser. Aliás, todos os meus filhos preenchem o espaço do meu orgulho.

5. A 13 de Agosto de 1943 nasceu a minha irmã que mais sofreu, enquanto viva, a minha irmã Elsa. Considero-a a cabeça mais valiosa que a minha mãe e o meu pai puseram no mundo. Sempre brilhante em matemática. Porém, desde criança, começou a sofrer de epilepsia, doença que arrastou aos ombros durante toda a vida, até que sucumbiu, enfraquecida por tanto sofrimento.

6. Quando a minha querida irmã Elsa morreu, senti uma profunda dor. Mas tive que me conformar: chegara ao término uma vida muito marcada pela dor. A Elsa era bondosa e sublime. Lembrei-me, então, dos cuidados que ela sempre requereu. A Néné (era este o seu nome familiar) desmaiava, não importava em que sítio. Por vezes, era acometida por desequilíbrios psicológicos que quase raiavam a loucura. Essa minha irmã que nasceu no mês de Agosto possuía uma espécie de loucura de génio. E eu controlava-a pondo-a a fazer complexos exercícios de matemática. Foi assim na nossa infância. Foi assim na nossa adolescência. Devo a ela também o simbolismo e a magia que para mim tem o mês de Agosto.

7. O mês de Agosto é igualmente o mês do Mário Pinto de Andrade, esse andarilho do mundo, o homem de quase todas as lutas de libertação de África, o intelectual que se emprestou à política e que da política nada recebeu – O Mário só deu…, independentemente de que país africano se tratasse. Quis o destino que o Mário tivesse nascido em Agosto e morrido também em Agosto. Ele partiu de Angola ainda jovem, para estudar em Portugal, precisamente no ano em que eu nasci. Depois, fez o seu percurso de vida. Levou uma vida de engajamento total pela libertação do nosso continente. Encontrámo-nos também em Agosto, na Zâmbia, no falhado Congresso do MPLA. Vínhamos de um longa caminhada: ele das suas lutas, eu, da cadeia, do Tarrafal. Abraçáramos a mesma causa: a libertação de Angola. Senti viva emoção quando o encontrei. Ele estava sentado numa mesinha colocada no exterior de uma tenda – Tinha caído o dia e começava a noite… àÀ luz de uma vela, o Mário a ler… O mês de Agosto é um mês de tantas emoções…

8. O meu amigo Mendes de Carvalho também é de Agosto, de 29. O Mendes de Carvalho é um velho amigo, é um Mais-Velho por quem nutro elevada estima e carinho. Conhecemo-nos no Tarrafal, tinha eu 22 anos e ele 46. Nos seus bilhetinhos, o Mendes assinava “Welema”, seu nome de guerra. Mais-Velho vivido, ele conhecia todas as nossas famílias. Por isso, recebeu-nos com um sentimento quase paternal. Ainda hoje temos uma amizade sem mácula. Devo-lhe uma atenção especial: já na Independência, quando voltei a ser preso, o velho companheiro do Tarrafal foi visitar-nos. Levou-nos o seu conforto. Manifestou-nos a sua estima e consideração. Ainda hoje, continuamos a ter causas em comum. O velho Leão que está dentre dele não morre. Nem o tempo conseguiu aparar-lhe a juba. O mês de Agosto também é dele.

9. Este Agosto que já passou quero dedicar especialmente a dois amigos antigos e muito queridos, eles que foram devorados no turbilhão, na orgia do pós-Independência: o Zé Van Dunem e a Sita Valles.

10. O texto que a Francisca Van Dunem, irmã do Zé, escreveu no Expresso, causou-me emoção. O Zé teria feito 60 anos de idade, se estivesse vivo, tal como a Sita. A Francisca bordejou um lindo e muito simbólico texto, intitulado “Parabéns Zé, Parabéns Sita”. Um hino de amor fraternal. O Zé Van Dunem nasceu a 29 de Agosto e a Sita a 23. Fomos colegas de escola – o Zé, no Liceu, e a Sita Valles, no Liceu e depois na Faculdade de Medicina, para onde entrámos no mesmo ano, já lá vão mais de 40 anos. Quando entrámos para a Faculdade, a Sita Valles foi considerada a “Miss Caloira”. Ela era de uma elegância e finura estonteantes…

11. O meu amigo Zé Van Dunem foi meu camarada de luta. A sua irmã, a Francisca, retrata-o com o carinho merecido: “Bom, justo, leal, compassivo e solidário, com uma dimensão única de coragem física num corpo franzino”. Simbolicamente, a irmã atribui-lhe ainda a beleza singular e distinta do melhor filho da sua mãe. Esse é também o Zé que eu guardo na minha memória.

12. E a Francisca Van Dunem, cunhada da Sita, descreveu-lhe a imagem com os seguintes traços: “Bela, altiva e indomável, herdeira da perturbadora beleza da filha da deusa Terra, a inteligência de Atena e a força determinada de Isis”. E prosseguiu, dizendo: “Agradecerei sempre a coragem sublime e a firmeza da mão que entrou pela última vez com o Zé na Fortaleza de S. Miguel”.

13. Entendem vocês melhor agora o porquê que eu digo que o mês de Agosto é um mês cheio de simbolismo? É que Agosto é, para mim, um mês de múltiplos sinais...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A FORÇA DO DINHEIRO

1. Duas questões envolvendo a Líbia marcaram os noticiários internacionais da última semana: i) O entendimento entre o primeiro-ministro italiano, Sílvio Berlusconi, e as autoridades líbias quanto ao repatriamento dos imigrantes ilegais africanos que, partindo de território líbio, buscam refúgio na Itália; ii) Os festejos dos 40 anos de poder do líder líbio, Muhamar Kadhafi.

2. Os imigrantes ilegais, o objecto da primeira questão, são geralmente detectados no seu trajecto para a Ilha italiana de Lampedusa, no Mar Mediterrâneo, pretendendo depois rumar ou para a parte continental da Itália, ou para outras paragens da Europa.

3. Não ponho em causa o direito de as autoridades italianas protegerem as suas fronteiras nacionais – Esse é mesmo dever que incumbe a qualquer governante. Todavia, o primeiro-ministro italiano introduziu, há pouco tempo, na discussão do problema dos imigrantes africanos ilegais uma nuance que despoletou forte contestação, pois roça os limites do racismo. Além de ter feito aprovar pelo Parlamento uma Lei que criminaliza a imigração ilegal, Sílvio Berlusconi proferiu declarações públicas rejeitando a ideia da multi-etnicidade no seu país. Ele disse mesmo: “Uma Itália multi-étnica é uma ideia da esquerda”. Está, pois, claro que a sua cruzada contra os imigrantes africanos, tem profundas motivações ideológicas, mesmo que tais motivações possam coabitar com outras, por exemplo, os interesses económicos protegidos pelo Estado italiano.

4. Tentar travar a criação de sociedades multi-étnicas é, de facto, um pensamento que não é digno do século XXI. Neste século, com o aprofundamento do processo da globalização, acentuar-se-á, seguramente, a mobilidade de todos os factores, com especial destaque para as pessoas. Não se movendo apenas os capitais ou os bens, a globalização não pode deixar de fora a convivência entre as pessoas, criando-se um novo quadro sociológico muito distinto daquele que caracterizou o mundo do passado com sociedades mais fechadas. Temos que assumir o novo século como o século da mobilidade e da inter-culturalidade.

5. O primeiro-ministro italiano quer, assim, evitar no seu país a multiplicação dos genes de pessoas de outras raças. Ele teme que os futuros italianos sejam ainda mais escuros do que são hoje, quando comparados, por exemplo, com os europeus da Europa Central ou da Europa do Norte. Esqueceu-se, porém, Berlusconi, que a situação geográfica da Itália a colocou na encruzilhada de três continentes: situada no Sul da Europa, a Itália dá de frente para África, sendo o Mar Mediterrâneo uma passagem obrigatória para quem demanda a América, vindo da Ásia. Ao construir-se o canal do Suez, facilitou-se ainda mais o contacto com os povos do Oriente. Não foi, pois, por um mero acaso que no Mar Mediterrâneo medraram muitas das maiores civilizações que a humanidade conheceu: a grega, a romana, a otomana, a cartaginesa, a egípcia.

6. Para frenar o trânsito ilegal de imigrantes africanos, Berlusconi estabeleceu entendimento com o líder líbio, Muhamar Kadhafi, um entendimento com consequência imediata no melhoramento dos laços económicos entre os dois países. As empresas italianas estão agora a aumentar a sua participação nos negócios líbios. Tal incremento nos negócios poderá, claro, acarretar a ida para a Líbia de mais quadros italianos, homens esses que se misturarão com mulheres locais, pondo assim em causa a tentação berlusconiana de travar a multi-etnicidade e a multiculturalidade. Ou será que a multi-etnicidade e a multiculturalidade são boas, e até mesmo desejáveis, quando têm lugar no território dos outros? Essa questão deveria ter sido colocada pelo Coronel Kadhafi ao seu amigo Sílvio Berlusconi. Mas não colocou, imagino eu.

7. Muhamar Kadhafi festejou também, no dia 1 de Setembro, os seus 40 anos de poder, e fê-lo com toda a pompa e circunstância, como é prática dos ditadores. Ele ascendeu ao poder por meio de um golpe de Estado, ao derrubar, em 1969, o regime feudal do Rei Idriss, proclamando a República. O Coronel Kadhafi criou, assim, uma enorme expectativa, tendo mesmo merecido, na altura, a aprovação da maioria do seu povo, farto que estava do sofrimento imposto pelo regime do Rei deposto. Porém, o novo Rei, instituiu uma espécie de monarquia republicana, como mostra o seu apego ao poder.

8. Tido durante muito tempo como um político desacreditado face ao mundo ocidental, Kadhafi passeia-se já pelas principais capitais do mundo, onde é recebido com todos os salamaleques, muito por causa do poder económico que exibe.

9. A Líbia é o país africano com maior potencial de petróleo – reservas estimadas em 43 mil milhões de barris, mais do triplo das que são estimadas para Angola. Prevê-se que em 2013 aquele país possa produzir cerca de 3 milhões de barris de petróleo/dia. Isso desperta a cobiça das principais companhias petrolíferas do planeta: Exxon Móbil, BP, Eni, Gazprom, Shell, Total, etc.

10. É por essa enorme riqueza que os Estados mais importantes do mundo se vergam hoje perante aquele a quem acusaram no passado de ser um dos principais financiadores do terrorismo internacional. Mas, a figura de Muhamar Kadhafi está bastante higienizada, desodorizaram-lhe a imagem, muito à custa dos portos, hospitais, estradas e outras infra-estruturas que constrói ou prevê construir no futuro. Os grandes interesses económicos internacionais estão interessados em retirar dividendos dos seus chorudos negócios e, por isso, aconselham os seus governos a lidar com Kadhafi com pezinhos de lã.

11. Nos festejos comemorativos dos 40 anos da entronização de Kadhafi, estiveram presentes dezenas de Chefes de Estado africanos e também latino-americanos. Marcando presença, eles deram um claro sinal de que não lhes repugna nada uma qualquer ditadura, muito menos retêm na memória os crimes de que o homem foi sistematicamente acusado no passado. Julgo que a grande maioria dos líderes que se fizeram presentes, se sentiu muito confortada. Estavam, afinal, sentados ao lado de alguém que muito admiram e de quem gostariam de seguir os passos…

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O FIM DE UMA GERAÇÃO DE OURO

1. Com a morte do senador Ted Kennedy, encerra-se a primeira parte de uma longa e apaixonante história que foi iniciada pelo Embaixador Joseph P. Kennedy, o patriarca de uma das mais famosas e respeitadas famílias norte-americana – os Kennedy. O patriarca dos Kennedy serviu como Embaixador dos Estados Unidos na Reino Unido, na década de 1930. Os Kennedy marcaram a vida política norte-americana do século XX, pois estiveram no centro de muitos dos seus principais acontecimentos. Desaparecido Ted, a família Kennedy inicia um novo ciclo, de que não se conhecem os contornos, nem se prevê o epílogo.

2. Todo o espaço mediático e todo o protagonismo ficam agora nas mãos dos descendentes, da segunda geração. Compete-lhes, pois, pegar no archote e prosseguir a caminhada, já que se alimenta a esperança de que façam seus os valores que marcaram o percurso dos seus antepassados, pais e tios. Dos Kennedy, a história registará, por exemplo, o seu gosto pela liberdade, o seu patriotismo, a crença de que nada é impossível.

3. A primeira geração dos Kennedy foi uma fiel aliada daqueles que se bateram pelos direitos cívicos nos Estados Unidos. Eles estiveram ao lado de Martin Luther King. Foi durante o governo de John F. Kennedy que teve lugar um dos episódios mais emblemáticos da luta dos negros norte-americanos pela igualdade de direitos: o drama que envolveu James Meredith, o primeiro negro a entrar na Universidade do Mississipi, um Estado do sul dos Estados Unidos, numa época de grandes convulsões sociais e em que medrava a segregação racial.

4. James Meredith era um jovem de ascendência negra e índia. Com 27 anos de idade, e após ter servido durante 9 anos como militar na Força Aérea norte-americana, decidiu retomar os estudos. Tentou por duas vezes ingressar na Universidade do Mississipi, mas foi barrado, por razões meramente raciais. Finalmente, em Outubro de 1962, conseguiu franquear as portas da Universidade, tendo feito estalar a polémica que envolveu o Presidente norte-americano, John Kennedy.

5. As autoridades do Mississipi opuseram-se à entrada de James Meredith na Universidade. O Presidente Kennedy ordenou que agentes federais garantissem protecção a James Meredith no campus universitário. Travou-se, então, uma verdadeira batalha campal que obrigou a intervenção de militares enviados pelo Presidente. Resultado: dois mortos e algumas dezenas de feridos, entre estudantes, militares e agentes de segurança. Com tal gesto, o Presidente Kennedy mostrou a sua indefectível posição a favor dos direitos cívicos dos negros norte-americanos, e a sua família, os Kennedy, passaram a figurar no nosso imaginário como catalizadores de uma profunda mudança nos comportamentos dos cidadãos daquele país. Nunca mais esqueci esse momento marcante e de grande simbolismo... Seria também impossível esquecer o nome de James Meredith.

6. Na parte final da sua vida, Ted Kennedy, o irmão mais novo de John Kennedy, contabilizou para si e para a sua família um momento de grande significado histórico, ao declarar-se apoiante de Barack Obama na campanha eleitoral para a presidência dos EUA. Selaram a aliança que pode ter sido determinante para o desfecho final da contenda. Ted Kennedy arrastou consigo parte do eleitorado que poderia ser favorável à actual Secretária de Estado, Hillary Clinton. O símbolo maior dos democratas norte-americanos preferiu dar prioridade à reconciliação da América com aqueles que mais tinham sofrido a discriminação: os negros. Era, pois, fundamental esse reencontro da América com a sua história, passando as rédeas do poder a um afro-americano.

7. Os sobrinhos de Ted Kennedy secundaram-no, apoiando igualmente Obama: Caroline Kennedy, filha do Presidente assassinado, declarou que Obama concentrava em si o sonho de uma América mais justa e mais solidária, como, afinal, sonhara o seu pai, John Kennedy; Maria Shriver, também sobrinha de Ted Kennedy – filha da irmã Eunice Kennedy Shriver (falecida ainda este mês) – e esposa do actual governador republicano da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, seguiu-lhes os passos, manifestando publicamente o seu apreço por Obama. Estava, assim, dado o mote para a caminhada que se saldou na retumbante vitória o candidato afro-americano. O sonho de Martin Luther King de que os homens devem ser avaliados pelo seu valor e carácter, e nunca pela cor da sua pele, tornou-se realidade. Ele foi possível com o impulso magnífico desta família liberal, símbolo da esquerda democrática norte-americana.

8. Quando soube da morte de Ted Kennedy, Barack Obama fez justiça ao seu papel histórico, dizendo: “Por cinco décadas, a maior parte da legislação para avançar os direitos civis, a saúde e o bem-estar económico do povo americano partiu do seu nome e resultou dos seus esforços”. E acrescentou: “Michelle e eu ficamos inconsoláveis ao saber nesta manhã da morte do nosso querido amigo, o senador Ted Kennedy. Um importante capítulo da nossa história chega ao fim. O nosso país perde um grande líder. Ele ergueu a tocha de seus irmãos mortos e tornou-se no maior senador dos Estados Unidos da nossa época”.

9. Agora, quando escrevo estas linhas, recuo no tempo…, e revivo a emoção que senti, em 1963, quando soube do assassinato de J. F. Kennedy. Recordo também com enorme emoção o ano de 1968, quando Robert Kennedy também foi assassinado, no momento em que festejava a vitória acabada de alcançar, minutos antes, nas Primárias da Califórnia, e que lhe ia abrir o caminho para a Casa Branca.

10. Há muito que não tenho dúvidas: Os irmãos Kennedy formaram uma verdadeira geração de ouro.